Desde quando comecei a escrever e compartilhar algumas das experiências que vivo na Arábia Saudita, algumas das mais recorrentes questões que aparecem são com relação à minha fé. Muitas pessoas perguntam se eu sou convertida ao islamismo e por isso, uso algumas roupas típicas da cultura muçulmana (véu e e abaya, por exemplo).
Mas a verdade é que desde pequena fui criada em um ambiente Cristão de orientação evangélica, comecei a crer em Deus muito cedo e como consequência, sempre fui muito ativa em todas as programações da igreja, seja no meu período em Poções ou Vitória da conquista, a experiência de participar de uma comunidade de fé sempre foi bastante presente pra mim e eu diria que a ponto de ser indipensável. Por esse motivo, quando a vinda para a Arábia Saudita foi confirmada, uma das minhas pesquisas prévias para conhecer um pouco mais sobre o país incluía a busca por respostas sobre a existência de igrejas no Compound e se eu poderia ter a liberdade de poder expressar a minha fé abertamente.
Para a minha surpresa, descobri que a prática pública e notória de qualquer religião que não seja o islã é proibida na Arábia Saudita e a conversão para outra fé é punida com a morte. A maioria dos cristãos são expatriados da Ásia ou da África. Durante 2013, por exemplo, várias comunidades imigrantes cristãs foram invadidas pela polícia e dezenas de cristãos foram detidos e deportados.
No Compound, as regras são mais flexíveis,porém, os usos e costumes relacionados a cultura mulçumana presente no restante do país tanto que na minha primeira vinda, guardei uma Bíblia bem pequena no fundo na mala e enrolada com várias roupas com medo de ser pega quando chegasse por aqui. Apesar de haverem 2 igrejas crristãs no condomínio, não me adaptei a nenhuma delas e não consigo viver a comunidade da maneira fui ensinada desde pequena. Até no detalhe de uma camisa somos obrigados a prestar atenção, como foi o caso da minha ida a academia com os dizeres “I Love Jesus” (“Eu amo Jesus”, em português) quando fui alertada que esse tipo de exposição poderia me prejudicar e chocar os residentes muçulmanos do compound.
Não é fácil ficar longe do convívio da igreja e tendo que se adaptar a minha expressão de fé às limitações que a cultura exige. Mas estamos firmes e confiantes do propósito de Deus, afinal, é isso que nos impulsiona a viver! Os cultos domésticos, por exemplo, são rotina na minha casa, quase todos os dias me reúno com as crianças para que possamos orar e aprender mais sobre o Senhor lendo a palavra. Grata a Deus por ter uma família vive Jesus e o procura a cada dia, cumprir Seus mandamentos!
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