Bom dia, gente!
Hoje é Sexta-Feira e o friozinho continua aqui na Bahia, mas a série #contrastes continua!
Sempre que coloco alguma informação no meu Instagram sobre a minha vida na Arábia, algumas perguntinhas se tornam recorrentes: “Essa é a burca?” “Você é obrigada a usar”,”Quais são as diferenças?”
Bom, algumas dessas perguntas eu já respondo num vídeo que postei há um tempo atrás e você encontrar aqui. Mas hoje quero apresentar os diferentes tipos de vestimentas da cultura islâmica e a sua aplicação e uso na sociedade. Porque nem tudo é burca, gente! rs
Aliás, o véu islâmico, que muitas muçulmanas usam para ocultar pelo menos parcialmente o rosto e às vezes também o corpo, se inscreve em tradições que datam antes do próprio Islã. O uso do véu para mulheres era comum entre os judeus desde tempos imemoriais, segundo a Bíblia, e já existia entre os árabes antes do advento do Islã.
Dentro das regras culturais da vestimenta muçulmana, você encontra os seguintes véus:
Hijab
O “hijab” (o “hijeben”, em dialeto magrebino) tem origem na palavra árabe “hajaba”, que significa esconder, se ocultar dos olhares, estabelecer distância. Este véu esconde os cabelos, as orelhas e o pescoço, e só deixa visível o rosto.
Ele é promovido pela a Irmandade Muçulmana, organização com vínculos políticos com o Islã e costuma ser usado em conjunto com uma túnica ou um casaco impermeável.
Seu uso é bastante disseminado no mundo muçulmano, e substitui roupas tradicionais que remontam à época romana como o “haik”, do norte da África, uma grande peça de lã ou algodão de 5 m por 1,6 m, que disfarça as formas do corpo e esconde o rosto.
O véu também se chama “litham” (esconde nariz) ou “khimar”, termo genérico que designa tudo o que cobre a cabeça e que em geral chega até a cintura, como o xale, a echarpe e a mantilha.
Burca
Na origem, a famosíssima “burca” é o traje tradicional das tribos pashtuns no Afeganistão. Um longo véu, de cor azul ou marrom, cobre completamente a cabeça e o corpo da mulher muçulmana, e tem apenas uma rede sobre os olhos que permitem a ela ter certa visão do mundo exterior, lembrando que mulheres estrangeiras não muçulmanas não são obrigadas e nem devem usar esta vestimenta.
Aliás, há alguns anos a “burca” virou, aos olhos do mundo ocidental, o símbolo do regime talibã no Afeganistão, que tornou seu uso obrigatório.
Niqab
O “niqab” é o equivalente árabe da “burca” e se disseminou por influência wahabita. O grande véu é complementado por um pedaço de tecido, que deica apenas os olhos expostos. Na arábia, você vê algumas mulheres que o vestem acompanhado de óculos e luvas.
O “niqab” tem sua origem etimológica na palavra árabe “naqaba”, que significa “esburacar”, justamente por causa desses buraquinhos no tecido às vezes servem para deixar os olhos livres.
Chador
Esse é o chador (do persa “chaddar”), vestimenta tradicional das mulheres do Irã que cobre seu corpo dos pés à cabeça, sendo usado sobretudo pelas seguidoras do islamismo.
Ele é um pedaço de tecido semicircular, aberto na frente, que não costuma ter espaço para as mãos, nem fecho. É preso com as mãos ou com os dentes, ou envolvendo suas extremidades em volta da cintura.
Abaya
Essa é a também famosa Abaya, que cobre o corpo, braços e pernas e tem com fechamento envelope, também bastante utilizado pelas mulheres islâmicas. A principal função cobrir todo o corpo, e dependendo da região, o abaya pode ser fabricado em tecido preto com ou sem bordados, ou colorido, com diferentes tipos de acabamentos!
Espero que tenha ajudado a tirar as suas dúvidas, esse espaço aqui no blog é dedicado exclusivamente para podermos entender um pouco mais e, sempre com muito respeito, abordar os #contrastes da cultura árabe!
Na semana que vem, um post com 10 curiosidades sobre a vida da mulher na Arábia Saudita vai sair por aqui, e se quiser que eu aborde algum tema específico, deixa nos comentários!
Beijos!
excelente!! Bastantevesclarecedor. E você comomestrangeira, é obrigada a usarbalgum destes trajes?
Oi querida, preciso usar somente a abaya (roupa preta) Bjinhos!